quarta-feira, 9 de novembro de 2016

Já ouviu falar da TCC? Pode não ser o que você pensava...

Terapia Cognitivo Comportamental – TCC


Você já deve ter escutado pelo menos alguma vez na vida que não são as situações que afetam como reagimos à elas, mas sim a maneira como enxergamos as situações...
Mas o que significa isso? Será que isso tem solução? Estamos condenados a viver em uma Torre de Babel?
Venho com muita alegria dizer que sim, tem solução!
A Terapia Cognitivo Comportamental é uma linha de psicoterapia proposta e desenvolvida pelo Dr. Aaron Beck, Professor de Psiquiatria da Universidade da Pensylvania na Philadelphia.
O tempo curto confere a posição de abordagem de principal escolha em vários países. O processo é, de modo geral, curto e onde trabalha-se a criação de estratégias para lidar com o sofrimento.
Envolve um conjunto de técnicas e estratégias terapêuticas com a finalidade de mudança de padrões de pensamento. Seu modelo cientificamente fundamentado apresenta eficácia comprovada através de estudos empíricos.
A primeira coisa que o terapeuta faz é encorajar seus pacientes a entenderem seus problemas para em seguida identificar novas formas de enfrentá-los.
Trata-se ainda de uma abordagem atual, munida com as ferramentas necessárias para tratar das demandas do nosso tempo (tão imediatista). É uma linha psicoterapêutica focada no presente (trata resolução de problemas aqui e agora). É psicoeducativa, o que desenvolve um autoconhecimento no paciente e ainda propõe metas claras e bem definidas que facilitam o desenvolvimento desse processo.
A Terapia Cognitivo-Comportamental reinterpreta os elementos que geram emoção negativa. Tem como princípio básico a proposição de que não é uma situação que determina as emoções e comportamentos de uma pessoa, mas sim suas cognições ou interpretações a respeito dessa situação, as quais refletem formas distorcidas de processar tal informação como foi abordado no início desse texto.
Ou seja: ao experimentar um estado de humor existiu um pensamento relacionado a ele que ajuda a definir este humor. É importante identificar o que está pensando, porque isso nos leva às crenças. Diferentes crenças levam a estados de humor diferentes.
Se tentarmos ter apenas pensamentos positivos podemos não perceber sinais importantes. A terapia cognitivo-comportamental propõe olhar a situação-problema de muitos pontos de vista diferentes, positivos, negativos e neutros para levar a pessoa a novas conclusões e soluções . A solução é elaborar pensamentos alternativos, ou seja: flexibilizar o pensamento. Um pensamento alternativo surge de uma visão aumentada de si mesmo ou da situação na qual você se encontra.
Com base no princípio básico da TCC e, em particular, na hipótese de primazia das cognições sobre as emoções e comportamentos, busca-se a reestruturação cognitiva, a partir de uma conceituação cognitiva do paciente e de seus problemas. Inicialmente, objetiva devolver ao paciente a flexibilidade cognitiva, através da intervenção sobre as suas cognições, a fim de promover mudanças nas emoções e comportamentos que as acompanham. Ao longo do processo terapêutico, no entanto, atua diretamente sobre o sistema de esquemas e crenças do paciente a fim de promover sua reestruturação. Em paralelo à reestruturação cognitiva, o terapeuta sob a perspectiva desta linha utiliza ainda uma abordagem de resolução de problemas.

As principais características que diferenciam a TCC de outras formas de psicoterapia são o tempo menor de tratamento e a eficácia comprovada através de estudos empíricos, em várias áreas de transtornos emocionais, como: depressão, transtornos de ansiedade (transtorno de ansiedade generalizada, fobias, pânico, hipocondria, transtorno obsessivo-compulsivo), déficit de atenção, dependência química, transtornos alimentares, dificuldades interpessoais (terapia de casal e de família), transtornos psiquiátricos, etc., para adultos, crianças e adolescentes, nas modalidades individual e em grupo. Sua utilização no tratamento de psicoses apresenta resultados encorajadores. A TCC ainda é indicada como coadjuvante no tratamento de transtornos orgânicos, e em intervenções nas áreas de educação, organizações e esportes.

Monique Bernardi - Psicóloga Clínica

terça-feira, 1 de novembro de 2016

Bullying: A violência silenciosa nas escolas


Bullying é um termo em inglês, ainda sem tradução para o português, que descreve atos de violência tanto física quanto psicológica entre um ou vários estudantes, numa relação desigual de poder, ocorrendo na maioria das vezes dentro da escola. Esses atos ocorrem de forma repetitiva, intencional, negativa, sem nenhum motivo evidente, podendo aparecer numa forma de agressão física, verbal e/ou moral.
         Esse comportamento agressivo vem quase sempre relacionado ao desequilíbrio de poder, uma vez que esses alunos agressores se julgam superiores aos outros e acreditam que não serão punidos pelos seus atos. Muitos desses alunos pertencem a famílias muito opressoras, agressivas e violentas, fazendo que seus atos sejam considerados ²normal² mediante ao que é aprendido e vivenciado dentro de casa.
         Os alvos de bullying são geralmente o inverso dos agressores, ou seja, pessoas tímidas, inseguras, quietas, introvertidas que não conseguem reagir frente a essa situação, não conseguindo se defender. Dessa forma, esses alvos sofrem com essa dor e angústia permanente, pois a qualquer momento eles poderão ser expostos novamente e sabem que mais uma vez não conseguirão se defender. Desta forma, vivem num constante sofrimento, que pode interferir no seu rendimento escolar, na sua vida em sociedade e nos seus relacionamentos emocionais. Além, de apresentar baixa auto-estima, resistência de ir para escola, abandono dos estudos, entre outros. As outras pessoas que testemunham essas agressões vivem num constante medo e insegurança de se tornar o próximo alvo ou vítimas desses agressores.
         O bullying é mais identificado nos meninos, pois estes utilizam as intimidações através da força, da agressividade, ou seja, fisicamente e através de constantes ameaças. Já as meninas agridem de forma verbal, além de procurar desqualificar os alvos, como exclusão e difamação.
         Devido à facilidade do mundo digital, os indivíduos por mais precoce que seja, conseguem se comunicar cada vez mais rápido, através de e-mails, blogs, salas de bate papo, mensagens de texto, com foto e vídeo, além de comunidades do tipo ²Orkut² que se tornam ferramentas fáceis para a execução de seus atos.
         Algumas ações que geralmente estão presentes ao bullying: apelidar; ameaçar, agredir, ofender, humilhar, discriminar, excluir, isolar, intimidar, perseguir, assediar, aterrorizar, amedrontar, dominar, agredir, empurrar, furtar, quebrar pertences, etc.
         A escola identificando precocemente o comportamento do bullying possibilita que haja uma intervenção terapêutica, não causando assim prejuízos escolares e de relacionamento social dos alunos.

         Os pais devem sempre conversar com seus filhos a respeito desse assunto, sobre suas manifestações e conseqüências, e mostrar a importância do respeito mútuo, e do saber respeitar as diferenças de cada um.

Thaíse de Oliveira Moraes Morada - Psicóloga