Muito se fala atualmente sobre as
dificuldades apresentadas pelas crianças quanto à leitura e a escrita na
escola. Desinteresse e falta de envolvimento com as tarefas escolares podem
sinalizar que algo não vai bem. Uma destas dificuldades é a dislexia. Mas o que
você sabe sobre ela?
A dislexia corresponde a uma
perturbação da leitura e da escrita e é aplicável a uma situação em que a
criança é incapaz de ler com a mesma facilidade com que lêem as crianças do
mesmo grupo etário, apesar de possuir inteligência normal, saúde e órgãos sensoriais
completamente funcionais, liberdade emocional, motivação e incentivos normais,
bem como instrução adequada.
Para a Lingüística, a dislexia é um fracasso inesperado
(defeito) na aprendizagem da leitura escrita. São possíveis causas (hipóteses):
- Déficit
perceptivo;
- Déficit
fonológico;
- Déficit
na memória;
- Déficit
de ordem pedagógico-lingüistico;
- Genética;
Deve se
observar os seguintes sinais e sintomas:
- Disgrafia e disortografia:
erros por confusões na proximidade espacial ( p, b, d, q, n, u, w, m, a, e,
etc), letras simétricas (a/o, c/o, f/t, e/c, etc), confusão por rotação e
inversão de sílabas (me/em, sol/los, etc), omissão de grafemas e sílabas.
- Dislalias:
confusão por proximidade articulatória e seqüelas da fala (d/t, f/v, p/b, k/g,
etc).
- Alteração
da memória de séries e seqüências;
- Orientação
Direita/Esquerda;
- Alteração
de linguagem escrita;
- Discalculia
(dificuldades em cálculos)
- Confusão
com as tarefas escolares;
- Pobreza de
vocabulário;
- Escassez de
conhecimentos prévios (memória de longo prazo);
- Alteração
na relação figura-fundo;
- Conflitos
emocionais;
Como atua o professor ?
O professor é a grande chave de
um bom resultado nos trabalhos com distúrbios de aprendizagem, pois,
geralmente, percebe o problema e solicita avaliação. Vale ressaltar o valor dos
professores da Educação Infantil e do 1º ano, pois são eles que deveriam
estimular todo o modelo e embasamento das noções primordiais como: orientação
espaço – temporal, coordenação viso-motora, dissociação de movimentos necessários
(mão/punho), noção direito-esquerda, seqüências, grafia das letras, postura,
etc. É a partir de tudo isso bem estruturado que poderemos avaliar se há ou não
déficits.
Cristina Lobato de Oliveira - Fonoaudióloga
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